27.11.10

O futuro do passado

A escrita como a intemporalidade impressa que supera por momentos (ou sufoca?), o presente que se vive, com o passado das emoções. A necessidade de saciar a imperatividade da recordação. Uma golfada de ar fresco do lado de fora da prisão de tudo lembrar. Poder esquecer agora, para sempre voltar. Mas a liberdade é apenas aparente, porque a prisão é um espelho, e a aparência resulta do contraste, a alternância entre a segurança da recordação e a compulsão do registo. É a tentativa de marcar em pedra, a retoma de consciência do vivido sob a ideia de controlo futuro. Um local a que sempre poderemos retornar. E talvez reviver. Se assim for desejado.

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