24.5.11

A verdade da ilusão

Depois do que li, sinto em mim o olhar daquele livro enquanto escrevo o que escrevo para forçar uma separação momentânea, como quem sufoca na verdade da ilusão e puxa de um cigarro um pretexto, matando-se por uma pausa de entender a vida. Há uma ansiedade que persiste mas me vicia na sua leitura, tal e qual a busca pela droga é em si preâmbulo que me satisfaz na certeza de que a terei. Gostar da proximidade do arrebatamento.
As linhas já sabem o que sinto porque lhes reagi ao segredo contado. Celebro em luto a morte de um sentimento agora feito memória. Impossível fingir indiferença depois de assistir à acumulação das perdas. Mas se tanto perdi, mais ganhei com isso. Nestes instantes, vivo.

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