1.7.11

O culto da fuga #21

Tenho um certo fascínio pelo sotaque nortenho. Oiço-o há anos, vincado na fala dos familiares que agora visito com mais frequência desde que cheguei. Acredito que numa conversa de curta duração conseguiria passar por nativo sem cair no erro frequente de muitos, que na imitação, parecem estar a caricaturar o discurso num excesso retórico despropositado. Mas falta-me a coragem de praticar o exercício em quem não conheço, porque se a conversa se prolongasse não saberia bem como sair dessa situação sem revelar a impostura. Seria impossível passar de um domínio claro da fonética a um deslize incontrolável de um tique da forma original de falar, sem sentir um pingo de vergonha que desmascarasse por completo a farsa.

1 comentário:

Inês Francisco Jacob disse...

Isso acontece-me...mas com e no Algarve :)